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Existe dor maior que a sua

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Escrito no dia 25-02-22 Do nada, apareceu o vídeo na minha tela. Era alguém filmando de dentro da própria casa um míssil atingindo um local perto dali. O barulho da explosão aterroriza demais… Mas esmagador mesmo foi ouvir o grito desesperado e indefeso da criança. Eu fechei o app. Desativei notificações e não quis mais mexer no celular. Depois de umas horas fui olhar sei lá o quê e apareceu do nada outra cena que eu preferia não ter visto: um tanque passando por cima de um carro, cujo motorista era um velhinho. (O velhinho, li em algum lugar, milagrosamente sobreviveu e foi tirado do meio das ferragens 🙏🏼) Essas foram apenas 2 das várias cenas tristes que enchem as telas dos meios de comunicação. É difícil lidar com a situação de não poder livrar seus filhos de sofrimento e perigo. E é ainda mais doloroso não ter sequer a certeza de que é possível SE defender para então proteger os mais indefesos que são totalmente dependentes de nós. Nessas horas, por mais sérios e complexos que se

Duas meninas no metrô

Escrito em 28-01-20 Estava no metrô, entraram 2 meninas e sentaram no banco da frente. Me desconcentrei da leitura porque conversavam alto e uma delas estava meio chorosa. Fingi distração mas descobri que a amiga tentava consolar a “Pa” (que descobri ser Paloma), pois ela havia discutido seriamente com Tito, seu namorado ou algo assim, por um festival de mal entendidos e suposições erradas. Dentro de mim eu já tinha xingado Tito de vários nomes 🙄 Aí ela começou a descrever o Tito. O metrô entrou no túnel e eu não conseguia ouvir direito. Fiquei aflita. E não teve jeito. Encarei mesmo, e exercitei a leitura labial. Tito não era perfeito, óbvio, mas consegui ouvir 2 coisas que me fizeram dar um voto de confiança pra ele: 1. Ele escreveu um poema no dia do aniversário dela onde havia detalhes e características da história dos dois. 💙❤️ (Isso foi algo falado pelo próprio Tito durante as discussões e mencionado pela Paloma). 2. A amiga da Paloma, que TAMBÉM conhecia o Tito, defendeu-o diz

Velho Santiago

 Escrito em 04-02-20 “Não há nada bom ou ruim, mas o pensamento o torna.” . Lembrei dessa frase hoje (que é do Shakespeare) quando relia um caderno com as anotações que fiz de quando li “O Velho e o Mar” do Ernest Hemingway. (Sou apaixonada por essa história). . Comecei torcendo “contra” um personagem e terminei a leitura sofrendo por ter adquirido graça por ele. E não, não é pelo fato de vilão se tornar herói ou vice-versa. É por adquirir empatia pelas lutas e vitórias travadas nessa novela e de repente toda a situação mudar quase que radicalmente. . É um livro pequeno, perfeitamente possível de ler em até 2 dias mas de ensinamentos profundos e emocionantes. . É uma história de fácil compreensão onde basicamente um velho solitário, ridicularizado e humilhado sai em busca de pescar o maior peixe da sua vida. O caminho, a espera e o encontro é muito tocante, tanto quanto o seu desfecho. Vale a pena DEMAIS lê-lo. Demais, demais. . Uma das minhas frases preferidas do velho Santiago: “Agor

Não vai dar mais tempo

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 Escrito em 21-11-19 "A razão de se esperar pelo tempo, é que pode não haver mais tempo para aquilo que se esperava.” .Frases que coleciono em um caderninho. Desconheço a autoria. . Mas aproveitando essa lembrança do facebook com essa foto tirada pelo @paulorapoport há 2 anos, olhei a imagem da água ao fundo e aumentou a saudade do lugar que mais amo passar férias ou qualquer mini folga que aparecesse: pisar na areia e apreciar o mar. . E é impressionante a quantidade de desculpas ou de dificuldades que eu mesma colocava tantas vezes para adiar ou considerar impossibilitadas as poucas idas à praia que eu poderia fazer. . E cada fase nova que a gente vive é um processo de lapidação para exercitar a mudança da situação em si (quando possível) ou a sua forma de enxergá-la quando tal mudança não é uma escolha. . Os problemas ou dificuldades não mudam nem diminuem, mas só o fato de adotar uma postura menos crítica, otimista e esperançosa consigo mesmo, diminuem os efeitos psicossomátic

Quem cuida de você

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 Escrito em 12-05-19 "Menina, quem cuida de vc é Deus.” Essa foi a frase que mais ouvi quando relatava alguma situação que me deixava insegura quanto ao futuro ou triste com as decepções pelas quais todos nós passamos. . A única situação em que a ouvia dizendo algo ligeiramente “distorcido” disso era: “Eu não consigo viver sem vocês”. E por “vocês” ela se referia a mim e a meus irmãos Yuri e Juninho. . Nos últimos tempos nunca desejei tanto perguntar, compartilhar e desfrutar de novas situações e dividir os medos dos meus novos desafios. Mas apesar do medo e da insegurança, diariamente me lembro da frase que comecei esse texto e que ela tão insistentemente enfatizava. E mais profundo que tudo isso é experimentar, sentir na pele diariamente o cuidado que ela me ensinou que Deus teria comigo não me isentando de dores nem decepções, mas me ajudando a aprender e continuar a viver apesar delas. . É o maior motivo pelo qual sou grata por ter vivido 28 anos com a minha mãe. De plantar no

Vontade Zero pro Pilates

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Escrito 24-09-18 Acordei com vontade zero. . Na verdade vontade negativa (se é que isso existe) de nem ir mais para as aulas diante da minha sensação de desânimo e indisposição por situações adversas pelas quais todos passam. . Li umas frases significativas que guardo num caderno, lembrei de livros que leio sobre o assunto e de vídeos de histórias motivadoras de pessoas que superaram situações muito mais complicadas que a minha. . O discurso em comum em todas essas fontes é FAÇA ALGUMA COISA. Daí, mesmo sem vontade NENHUMA, me troquei e fui. . Pode parecer fraqueza “ter” de recorrer a tais fontes para servir de gatilho para a atividade seguinte. Mas às vezes é a maneira que encontro de sair da inércia e FAZER algo. . Uma pena o conceito de autoajuda estar tão banalizado e piadístico. Pra mim, não existe nada tão rico quanto aprender meios de achar em você mesmo a cura ou tratamento para o que te preocupa ou incomoda. Esperar pelos outros, frustra. E às vezes demora demais. . Isso não r

Lapiseira

Escrito em 07-03-17 Eu tinha 10 anos de idade. Cheguei em casa com uma lapiseira linda que achei no chão da escola e contei ao meu pai. Ele ficou meio calado... Depois de um tempo, nesse mesmo dia, começou a elogiar a lapiseira, disse que era boa, parecia cara, bonita e perguntou se eu conseguiria imaginar como estaria a dona dela quando notasse sua ausência. Não levei bronca. Não teve piração, nem sensacionalismo, nem chantagem emocional e muito menos me obrigou a devolvê-la. Mas alguma coisa nas palavras que ele escolheu para tentar fazer com que eu me colocasse no lugar da dona me incomodou e no dia seguinte entreguei para a professora contando que achara o objeto no dia anterior. Eu não tive mais vontade de ficar com a lapiseira. E não lembro se a professora perguntou na classe se era de alguém... (eu ACHO que sim) 🤔 Longe de querer passar imagem de modelo de perfeição (porque é óbvio que não vou ficar fazendo propaganda dos meus inúmeros vacilos), o que me marca é a capacidade qu